Maria Pinto Pereira Romana
Doutorada em Sociologia com especialização em Sociologia da Literatura 

 

 

A Relação da Grande Monarquia da China, da autoria do padre Alvaro Semedo, foi, talvez, a segunda obra vivêncial escrita por um missionário português, sobre o Império da China, se considerarmos como primeira O Tratado das Coisas da China do frade Gaspar da Cruz. O jesuíta portu- guês entendeu escrever uma história da China e a história dos primeiros momentos da evangelização do extremo Oriente, partindo da sua vivência e experiência de vinte e dois anos nesse reino. Não se sabe a certeza de ter perdurado um manuscrito1 e, embora havendo a notícia de uma primeira edição, de 1641, em português, intitulada Relação de Propagação e Fé no reino da China e outros adjacentes2, a sua existência passou, ao longo dos tempos, quase despercebida em Portugal.

 

O padre Álvaro Semedo terá escrito a sua Relação na viagem que efectuou à Europa, entre 1637 e 16443, assinalando, na obra, o ano de 1640como momento de elaboração. Durante esta sua estadia dá à estampa, em 1642, a primeira versão, em castelhano, desta obra sobre a China, com o título: Imperio de la China i Cultura Evangelica en èl por los Religios de la Compañia de IESVS, preparada por Manuel de Faria e Sousa5. Um ano depois, em 1643, é editada em Roma a versão italiana, com o título: Relatione della Grande Monarchia della Cina6. Sendo a sua estrutura muito semelhante a outras obras congéneres da época, a obra de Semedo está dividida em duas partes: a primeira trata do Estado Temporal da China, e nela se percorre o Reino da China, os espaços e as vivências. A segunda parte aborda a evangelização jesuíta da China, desde as tentativas de S. Francisco Xavier até ao momento da viagem à Europa do padre Semedo; esta parte da obra tem um cunho relatorial semelhante ao das cartas anuas, sendo o objectivo, provavelmente o mesmo, relatar as actividades da Companhia, progressos e vicissitudes, e inclusive justificar algumas situações.

 

Algumas questões se levantam relativamente ao documento primeiro que consubstancia as edições da Relação da Grande Monarquia da China; o facto de não haver conhecimento do manuscrito na língua materna do padre e a possível existência de um manuscrito em italiano7 corrobora a ideia dos que consideram ter Semedo escrito na língua do Vaticano. Poder-se-á, ainda, aventar a possibilidade de o jesuíta ter escrito em castelhano, dado que era a língua da corte de Lisboa na altura da sua redacção8.

 

Álvaro Semedo.Álvaro Semedo.

Contudo a afirmação de uma edição primeira em português, de 1641, e reiterada por David Mungello, levanos a propor o entendimento de a segunda edição ser o Imperio de la China (1642) e a terceira a Relatione della Grande Monarchia della Cina, do ano seguinte (1643). Mungello refere que esta última edição teria sido impressa a partir da edição em castelhano9; atrevemo-nos a não concordar com esta opinião dado que fizemos o cotejo das duas edições e são muitas as dessemelhanças encontradas, não só na sua denominação, mas, sobretudo, na estrutura e conteúdos. Consideramos, por bem, fazer algumas transcrições elucidativas do diferente, não podendo contudo, em consciência, considerar uma delas como a cópia de um manuscrito primeiro, dado a ele não termos tido acesso.

 

Ponderamos a pertinência deste cotejo no sentido em que nos poderia elucidar se Álvaro Semedo teria acompanhado a composição destas duas edições, e porventura conseguirmos percecionar a edição que serviu de hipotexto a todas as outras que percorreram a Europa nos séculos seguintes. No entanto estamos convictas que, sem aceder ao manuscrito, qualquer juízo sobre estas edições terá sempre um cariz especulativo.

 

No que concerne à estrutura da obra, a edição castelhana saiu a público com a seguinte forma, tendo como folha de rosto: «Imperio de la China i Cultura Evangelica en Él, // por los Religios de la Compañia de Jesus // Compuesto por el Padre Alvaro Semmedo de la propia Compañia, natural de la Villa de Nisa en Portugal, Procurador General de la Provincia de la China de donde fue embiado a Roma el Año de 1640. // Publicado por Manuel de Faria i Sousa // Cavallero de la Orden de Christo i de la Casa Real. // DEDICADO // Al Glorioso Padre S. Francisco Xavier, // Religioso de la Compañia de IESUS i Segundo Apostol de la Asia. // Impresso por Juan Sanchez en Madrid // Año de 1642. // A Costa de Pedro Coello Mercader de Libros.».

 

Traz-nos esta edição, na segunda e terceira folhas, as licenças então necessárias para a sua impressão. A primeira licença, a “licencia del ordinário”, passada pelo Inquisidor, e o respectivo despacho, constitui-se num texto onde são nomeados os censores e respectivos cargos e o seu parecer sobre a obra. Assim, referem que da leitura atenta não foi detectado algo que pusesse em causa os bons costumes e os princípios da religião. Os inquisidores consideram a obra importante não só pela informação contida mas por ser, também, um testemunho fidedigno do trabalho de evangelização do Oriente.

 

Também, na licença emitida pelo Conselho Real, na terceira folha, são elogiadas a clareza de estilo e elegância narrativa do nosso padre. É, ainda, referido que nada, no conteúdo da obra, impede a sua impressão, constituindo-se até como a mensageira do muito que os missionários da Companhia estavam a conseguir no longínquo império (refira-se que não encontramos licença idêntica na edição italiana).

«Licencia i Privilegio del Consejo Real, que remitiendolo al licenciado Francisco Carode Torres dixo assi: // M.P.S.// He visto este libro de las cosas de la China como V. alteza me lo ha mandado. Hallo que en el na ay cosa que pueda impedir su impression, i que sera de gran cõsuelo a los Catolicos, el ver lo mucho que allà esta fundada la Religion Religion Christana en virtud de las eficazes diligencias de los Religiosos de la compañia Iesus. La disposicion es clara el estilo lleno de elegancia, i de Juizio: las materias raras, y al fin a poco volumen reduzido quanto ay en aquel Imperio digno de memoria, i de que lo entiendam todos. Este es mi parecer // salva en Madrid 12. de Deziembre de 1641.// Francisco Carode Torres.// Suma del Privilegio // Con esta aprovacion se concedio Licecia i Privilegio por quatro años, despachado en el oficio de Diego de Cañizarres i Arteaga.// En 18. de Diziembre de 1641».

 

Ainda, na terceira folha, encontramos a “Fede Erratas” e a “Tassa” “Con esta Fè de erratas se tassò este libro por los señores del Consejo a quatro maravedis el pliego (...)” datada de 3 de Março de 1642, correspondendo, possivelmente, com a data de saída do livro; e, já na quarta folha, é feita uma advertência sobre o conteúdo da página 222, onde consta o expedimento, feito por Sto. Inácio, de seis religiosos com a embaixada enviada por D. João III, relato que contrasta com as memórias da Companhia que dão conta somente de dois enviados.

 

A quinta e sexta folhas contêm o texto da Dedicatória a S. Francisco Xavier assinada por Álvaro Semedo, e que se constitui como um laudo ao Santo, o grande empreendedor da evangelização do Extremo Oriente, que morreu às portas da China, sem nela conseguir penetrar, e cuja obra de evangelização foi a regis ad exemplar dos missionários no oriente; tudo isto deixou expresso Semedo ao dedicar ao seu mestre o livro, para o qual pede protecção.

 

Dedicatória [edição espanhola 1642], quinta folha.

«Al Glorioso Padre S. Francisco Xavier, Resucitador de Muertos, Norte seguro de vivos, segundo apostol de toda la Asia, i segundo Cõpañero de S. Ignacio de Lyolla fundador de la religion de la Compañia de IESUS // Espiritu verdaderamente Apostolico! O Hijo Grande de nuestro Gran Padre Ignacio! O Padre zelosissimo de inumerables hijos de la Iglesia Catolica! A ti solo busco yo por mi Mezenas, i por mi amparo, i por norte mio. Yo indigno deste Habito Sagrado que professaste, i de los intentos soberanos que tuviste, he conseguido fin mertos, lo que tu con tantos acà deseavas conseguir. Yo vi aquellas anchurosas Provincias de la China, que tu tanto pretendiste ver en este Mundo, i que aora estàs viendo, i a mi en ellas, desde essas eternas fillas a donde descansas de tus trabajos, i adonde trabajas por nuestro descanso. (...) tu solo nuestro Caudillo en estas peligrosissimas empressas, ampara el libro; favorece el zelo, i dirige mis passos a seguirte de modo, que si no mereci verte en esse, que es el colmo de todos los Imperios. A ti lo ruego. // Ruegalo a Dios.// Alvaro Semmedo.»

 

 As folhas sexta e sétima contêm o Prólogo, que corresponde ao Proémio da edição italiana, com excepção do último parágrafo. A oitava folha contém uma pequena biografia de Semedo, em tom laudatório, dirigida aos leitores e assinada por Faria e Sousa. A seguir a esta nota aos leitores, inicia-se de imediato, sem índice, a primeira parte do livro designada por «Parte I – Que contiene lo General del Reyno i de sus Provincias, en sitio, i calidades.»

 

Consideremos agora a edição italiana, também nas primeiras folhas que introduzem a obra. Na folha de rosto consta: «Relatione // Della Grande // Monarchia // Della Cina // Del // P. Alvaro // Semedo Portughese // Della Compagnia // Di Giesu. // Con Privilegio. // Rome // [ilegível] // M. D. CXXXXIII.»; na primeira folha encontra-se a Dedicatória, não a São Francisco Xavier, mas, ao Cardeal Francesco Barberino, Vicecancelário do Vaticano.

 

Dedicatória [edição italiana 1643], primeira folha.

«All’ Eminent.mo e Reverend.mo // Prencipe // Francesco// Barberino// Della Santa Romana Chiefa Cardinale // Vicecancellario // Tra tante erudite penne, che non solamente nell’Italia, mà per l’Europa tutta sollo il suo propitio nome, Eminentissimo Prencipe, hanno consecratto all’imortalità le loro honrate fatiche, e gli ammirabili sforzi di chiarissimi engegni, non credo se negaràinfimo luogo a questa mia, che dalli confini dell’ Oriente venuta sul merigoio de della Romana Pietà, bench e squallida, e rozza, brama com’ellà può, descrivere li primi alboredella evangélica luce nel vastissimo Regno, ò come essi dicono mondo della Cina risorti. Parmi che l’ampiezza dell’ animo e l’ardentissimo zelo dell’Honor Divino, con quali l’e v. è devenuta non dilo protettrice, ma quasi debitrice à qual si sia opera, e magnanima empreza (...)Suplico humilmente la Divina Maesta, che la protegga e prosperi alla pubica felicità. // Di Vostra Eminenza // humilis Servo // Alvaro Semedo Pri.»

 

 A segunda e terceira folhas apresentam os títulos das partes em que se divide a obra, a quarta folha, desta edição, contém a autorização da Inquisição que contrasta com a versão espanhola pela brevidade do parecer do inquisidor como se poderá constatar de seguida:

 

[edição italiana, 3ª folha, verso] 

«Ho con attentione letta la Relatione del regno della Cina scritta dal padre Alvaro Semedo Procurador de’ padre della Compagnia di Giesu in quel Regno. Descrivi egli con accuratezza il paese, esprime esattamente i costumi, riti, el governo de’ popoli habitanti, e minutamente racconta i proresse della Religione Christiana in quelle parti. Non vi hò trovata cosa che repugni alla verità della Fede Cattolica, nè alla purità de’ costumi; e perciò non potendo apportar al lettore se non notitie curiosi, e utili, la stimo compositione degna d’esser data alle stampa. // il Di 8. Decembre 1642 //Pier-Battista Borghi».

 

[edição espanhola, 2ª folha]

Licencia del Ordinario

«De comission del Vicario General desta Corte, i su partido, vio este libro el R.P.M. Manuel de Avila de los Clerigos Menores; Consultor de la conmgregacion de los Eminentissimos Señores Cardenales de Indice, Calificador del Consejo de la Inquisicion, i dixo. De Comission de Señor D. Lourenço de Iturrizarra Vicario General desta Corte, he visto cõ particular atencion este libro de las cosas de la China ordenado por el Padre Alvaro Semmedo de la misma compañia. En el no ay cosa cõtra nuestra Fé, i buenas costumbres: antes es una Gustosa, in importanta Relacion, no fabulosa como suelen ser algunas, mas verdadera de las cosas abmirables de aquel estendido i remoto Reyno; como seguramente se puede creer de la religion de su Autor, i de su larga assitência en aquellas partes, trata tambien de los principios, i progressos que ha tenido hasta oy la Predicacion Evangelica allá; (…)Luzgo es obra muy digna de la estampa, i de que se le dè al Publicador della licencia que pide.// En Madrid, i nuestro cõvento del Espiritu Santo de los Clerigos Menores, à 18. de Otubre de 1641 años. Manuel de Avila.// Con esta aprovacion dio su licencia el Ordinario, despachada en el oficio del Notario Ivan Diaz Navarro a 2. de Noviembre de 1641. // Ivan Diaz Navarro.»

 

A folha contém, ainda, o nome do impressor “Imprimatur: // Fr. Reginaldus Luccarinus, Sacri Palatij Apostolici Magister»; e a quarta folha tem a gravura do Padre Álvaro Semedo. As duas folhas seguintes constituem o Proémio, e a sétima folha contém o índice das duas partes em que se divide a obra.

 

Num primeiro momento constatamos as diferenças esperadas em duas edições feitas em línguas diversas e em países diferentes, e essas prendem-se com as autorizações de impressão e a organização das páginas iniciais. No que concerne às dedicatórias, a escolha de um destinatá- rio/paradigma da Companhia de Jesus – S. Francisco Xavier, o Apostolo das Índias – na edição espanhola, pode ser entendida como a neces- sidade de justificar à própria Companhia a elaboração da obra, alme- jando aprovação, na medida em que o livro deveria ser entendido como o testemunho da continuação de uma obra que só foi possível graças aos esforços do mestre. Relativamente à edição italiana, torna-se, para nós, natural a escolha de um alto dignatário da Ecclesia, como destinatário da dedicatória, congregando simultaneamente as funções de mecenas e approbatore.

 

Não são, contudo, estas matérias o cerne da diferença; cotejando o último parágrafo do prólogo10 e o penúltimo do proémio11, partes do texto onde é apresentada a estrutura da obra, verificamos que na impressão castelhana, o livro encontra-se dividido em três partes:

 

Prólogo [edição espanhola de 1642] fls. 6 e 7, (último parágrafo):

«[...] Abreviarèmos lo possible este discurso, fim que dexemos confusa la noticia.// Dividimosle en tres partes. La primera ceñira lo material del Reyno; como Provincias, Tierras, Frutos. La segunda, como formal, Gente, Letras, Costumbres. La tercera el como tuvo principio La Christandad, sus progressos (...)»12.

 

 Na versão italiana, contudo, a matéria da obra está estruturada em duas partes tal como nos diz o seu Proemio:

 

Proémio [edição italiana de 1643] pp.1-4 (penúltimo parágrafo):

«[...] Trattanto abbreviando al possibile questa informatione, senza però render confusa la notitia che si pretende, dividiremo l’opera in due Parti. La prima conterrà il materiale del Regno cio è le Provincie, Terre, e Frutti; e per così dire, il Formale ancora, cioè le Genti, le Lettere e li Costumi. La seconda, il Principio della Christianità (...)».

 

A primeira Parte da versão castelhana titulada: «Parte I – Que contiene lo General del Reyno, i de sus Provincias, en sitio, i calidades» está subdividida em três Capítulos, sendo o primeiro «Del Reyno en comun», o segundo «de las Provincias en Particular, i primero de las Aquilonares» e por fim «De las Provincias del Norte». As designações dos três primeiros Capítulos, da primeira parte em italiano, denominada «Dello Stato Temporale della Cina», têm correspondência imediata com a impressão castelhana, pois, intitulam-se «Del Regno comune»; «Delle provincie in particolare, e prima di quelle di Mezogiorno» e «Delle provincie di Tramontana».

 

Contudo, o cotejo da segunda parte da obra em castelhano, e da sequência dos capítulos na versão italiana, leva-nos à constatação que a edição de 1642 amálgama matérias que se encontram separadas na edição de 164313: Como pudemos verificar: em castelhano, a matéria de conteúdo do sétimo capítulo com o título de «De Sus Libros i Ciencias» corresponde em italiano a dois capítulos (X e XI) denominados, respectivamente, «Delli Libri e Scienze delli Cinesi» e «Delle Scienze e Arti Liberali in particolare»; o mesmo se constata no capítulo seguinte, o oitavo, da versão castelhana, que tem por título «De sus Cortesias, presentes, e Vanquetes» e aparece-nos tripartido em italiano nos Capítulos XII «Delle cortesie de i Cinesi»; XIII «Delli Banchetti» e XIV «Delli Givochi».

 

Também o capítulo nono que trata «De los casamientos, i de los entierros» tem a correspondente bipartida italiana nos capítulos décimo quinto «Degli accasamenti» e no décimo sexto «Delli funerali e Sepolture»; assim como, o décimo primeiro capítulo da tradução castelhana «De las setas, de los sacrificios, i de las supersticiones» congrega dois capitulos italianos «Delle sette della Cina» e «Delle Superstitione e Sacrificÿ»14. Constatamos, também, que o último capítulo da primeira parte da Relação italiana inicia a terceira parte do livro castelhano. Refira-se, ainda, que ambas as edições em apreço contêm no final um índice por assunto15.

 

Mas as diferenças não dizem respeito, somente, à estrutura geral das obras, também, se verificam na divisão dos parágrafos e ao nível dos conteúdos, onde se detectam omissões ou expansões nos textos comparados. São vários os exemplos constatados dos quais retiramos alguns que consideramos pertinente transcrever. Assim, verificamos, a título meramente exemplificativo16, as seguintes diferenças nos conteúdos das duas edições:

 

No capítulo II17, da edição italiana encontramos a descrição geográfica, com indicações muito pormenorizadas sobre a fauna, flora, e dos povos que habitavam as ilhas Formosa e de Liqueu, e, ainda alusões à ocupação espanhola e holandesa. O padre Semedo refere que esta descrição se fundamenta nas informações do padre Alberto Miceschi, que ali viveu sete anos18. Sobre esta temática não encontramos nenhuma referência na edição espanhola de 1642.

 

De igual modo constatamos que, no capítulo III da edição italiana há uma referência a Bento de Goes, cujo texto ocupa quatro parágrafos19, constituíndo-se como um breve resumo da viagem deste jesuíta, ao tentar encontrar o reino de Cataio. Na edição espanhola, no capítulo III, a mesma referência constitui cerca de quatro linhas de um parágrafo:

 

Edição espanhola (1642), 1ª Parte, cap. III, p. 27:

«(...) Este es el camino que llevò Benito de Goes, Hermano nuestro,al ir buscando el Catayo, i parar en la China, porque no ay otro. Todo es de tiesa, i de marisma, menos los ultimos onze dias dèl, distancia poblada de Tartaros.» [...]

 

Edição italiana (1643), 1ª Parte, cap. III, pp. 24, 25 e 26:

«(...) qui peruenne il nostro fratello Benedetto Goes, cercando il Regno del Cataio, il qual altro non è che la China stessa. Il cui viaggio qui breuemente riferiremo. 
§ Partì egli la Quaresima dell’anno 1603. per inuestigare il netto quel che si diceua del Regno del Cataio (...)
§ In questa città, nobilissima scala di quelli Regni, termina la carauana de Mercanti (...)
§ Dunque al suo tempo si partì con dicci caualli (...)
§ Qui mentre si apparecchia al viaggio (...) Tutto il resto del viaggio son paesi di Mori.§

 

Também, ao cotejar o capítulo III da 2ª Parte da edição castelhana «De la lengua e letras» e o capítulo VI da 1ª Parte da edição italiana «Della lingua e lettere» encontramos uma pequena expansão no texto castelhano; estes segmentos narrativos de carácter explicativo ou valorativo são mais frequentes no texto castelhano do que no italiano no qual se constatam mais expansões de cariz informativo: Vejamos, pois, os exemplos seguintes:

 

Capítulo III da 2ª Parte da edição castelhana de 1642, p. 54.

«(...) porque siendo la de acà moldes, que a cada pliego impresso se deshazen, es de allà cortada en tablas con que los libros se quedan siempre vivos en las propias oficinas de que salen, para poderse stampar, sin nuevo dispendio de composicion, todas las vezes que se necessitare dello. Estas oficinas son tantas que ha- zen parecer a Anvers qualquier ciudad: pero en la bondad no igualan a la de Venecia.
Es tierra maritima (...)»

 

Capítulo VI da 1ª Parte da edição italiana de 1643, p. 47.

«(...) perche essendo quella di qua in forma, che ad ogni soglio si disse, quella di là è intagliata in tauole, con le quali i libri restano sempre viui nelle proprie officine; onde ne vienne che si possono stampare senza nuoua spesa di compositione qualunque volta ocorre il bisogno. È paese maritimo (...)».

 

No capítulo XI «Delle Scienze, & Arti Liberali in particolare» da primeira parte da edição italiana encontramos um segmento textual, no fim do último parágrafo, que não tem correpondência no capítulo VII «De sus Libros i Ciencias», da segunda parte da edição castelhana, onde é tratada a mesma temática; assim como, no capítulo XII «De lo Tocante a la Milicia» da segunda parte da edição castelhana, o oitavo e nono parágrafos, e no correspondente capítulo XX «Della Milicia e dell’Armi de Cinefi», primeira parte da edição italiana, parágrafo décimo quinto, não existe uma completa concordância de conteúdo. Pela comparação de excertos na tradução espanhola encontramos referências que não encontramos na versão italiana e, por seu lado, nesta existem informações que são omissas na primeira; no entanto, não nos atrevemos a afirmar qual a mais próxima de um original manuscrito.

 

Edição castelhana, 1642, 2ª Parte, cap. VII, p. 84.

[último §] “Agua no prohiben al enfermo, però serà cozida, o chà: el comer si: de modo que si tiene hambre, le dan dieta ligera: i si no, nadanle dan. Dizen, que estando el cuerpo enfermo, el estomago no està sano: i que la decocion de entonces toda es maligna, i contra la salud.

 

2ª Parte, cap. XII, pp. 134 e 135.

«(...) Pues por qualquier yerro los açotan como niños de escuela. En los exercitos và un letrado, con titulo de Generalissimo sobre todos los Generales. (Nuestra Eu- ropa ha bien experimentado, quantos Martes se perdieran des- de que les pusieron al cuello los Bartulos) 20. (...) Despachan una compañia; (...) vencem siempre los chinas: i acabou-se la comedia, adonde siempre es vitorioso el casamiéto gran lastima para los chinas: Mayor para los Principes Christianos, que tan facilmente pudieran dominar tanto Imperio: que tã. Mas para que es perder el oleo, i la obra?» 21

 

Edição italiana, 1643, 1ª Parte, pp. 74 e 75.

[último §] “Non prohibiscono l’acqua, però ha de esser corta, ò vero chà: prohibiscono si bene il mangiare; di modo che si l’infermo há fame, há de mangiare leggiermente, e com molta dieta: se non há fame, non si ammazzano che mangi: dicono che stando il corpo infermo, lo stomaco no fa bene l’officio suo, e così la concottione, che all’hora fà, tutt’è maligna, e contro la sanità. La visita gli è subito pagata com prezzo molto moderato, nè ritorna senon lo richiamano, restando così la li- bertà agli infermi per mutar me- dico, e chiamarne altri, come molte volte fanno sino al terzo e quarto giorno, se no veggono effetto delle medicine prese.”

 

1ª Parte, cap. XX, pp. 126 e 127.

“(...) l’educatione manco che meno, perche così bastonano un soldato per qualche errore, come un fanciullo che và alla scuola. La quinta perche negli eserciti sopra tutti li capitani, etiandio Generali va un Generalissimo e officiale di lettere, il quale va sempre ritirato dal nervo dell’esercito, e dal luogo della bataglia, almeno una giornata di camino: si che per dar ordini sta lontano, e per fuggire in qual sivoglia caso pericoloso sta prontissimo 22(...) Mandano poi li cinesi soldati incontro: incontrandosi toccano le Lance e spade come si fuoli in una comedia; nè si fa più di questo, poco più ò meno.» 23

 

De igual modo se verifica, na edição castelhana, a integração de pequenos segmentos textuais com função de conectores discursivos permitindo assim uma coerência textual entre capítulos amalgamados. No sentido de um melhor entendimento, permitimo-nos apresentar alguns exemplos. No primeiro capítulo da primeira parte da edição italiana, Semedo faz uma descrição geral do reino da China, e quebra o texto para realçar algumas das suas particularidades. No correspondente primeiro capítulo da primeira parte da edição castelhana, a referida quebra não foi feita, mantendo-se o texto cursivo, sem qualquer destaque.

 

Também, entre os temas cortesias e banquetes que na edição italiana são tratados em capítulos distintos, na edição castelhana integram um único capítulo assegurando-se a coerência e coesão textual com um pequeno segmento textual. O mesmo se verifica na amálgama dos casamentos e enterros em castelhano, matérias que são tratadas separadamente em ita- liano, conforme se poderá constatar na seguinte transcrição:

 

Edição castelhana (1642), 1ª Parte, cap. I, p. 6.

“(...) En todas, pero, se vive poco mas amenos, sin que falten largas i felizes vidas, porque ay muchos i vigorosos viejos. Digamos algo en particular.
Es tan copioso este Reyno (...)”.

 

2ª Parte, cap. VIII «De sus cortesias, presentes, e vanquetes», p. 91.

[fim do § do tema cortesias] “(...) se há de dar al criado un real. De modo, que para llevar èl pocos, seria menester que su amo despendiesse muchos.

[texto de ligação (sublinhado) e inicio imediato da matéria dos banquetes] “Entren aqui los van- quetes que son presentes de que se logra algo com màs seguridad el que dà. Gastate en ellos mucha hacienda (...)”.

 

2ª Parte, cap. IX «De los casamientos, i de los entierros», p. 104.

[fim do § do tema casamentos] “(...) como son los Infantes Que cum, Chu Hui, Heupe, Chei, Hei.

[texto de ligação (sublinhado) e início imediato da outra temática] “Si al casar se sigue el nacer, i alnacer el morir, màs indubitable- mente que el nacer al casar: si- de la vida. Puesto que los chinas en mucho coincidieron (...)”.

 

No que se refere aos capítulos XVIII e XIX, respectivamente «Delle sette della Cina» e «Delle superstitione e sacrificÿ», que têm a sua correspon- dência em castelhano no capítulo XI «De las setas, de los sacrificios, i de las supersticiones», as matérias encontram-se de tal modo mistura- das, na edição de 1642, que a visualização da diferença passaria pela transcrição integral dos referidos capítulos, o que consideramos pouco viável; assim, optamos pela simples menção.

 

Gostariamos, ainda, de referir que o capítulo XIV «Delli givochi, che vsano li Cinesi», que consta da edição italiana, e cujo tema é desenvolvido em onze parágrafos, não figura na edição castelhana, nem a esta matéria é feita qualquer alusão; também não existe na edição castelhano qualquer referência ao “Testamento del nostro Imperatore Vanlio il quale obedendo al Cielo, he dato il suo Imperio in mano de’Posteri”24, texto que finaliza o capítulo X «Del entierro de la Reyna Madre» da edição italiana.

 

Edição italiana (1643), 1ª Parte, cap. I, p. 6.

“(...) In tutte però si viue ò meno senza mancarui delle lunghe e felici vite ritrouandouisi molti e vigorosi vecchi.
Dichiamo qualche Cosa in Particolare
E si copioso questo regno (...)”.

 

1ª Parte, cap. XII «Delle cortesie di Cinesi», p. 83.

[fim do último §] “(...) dicono douersi dare al seruitore vn giulio, e cosi à proportione del resto.”

 

Cap. XIII «Delli Banchetti», p. 84.

[Inicío do 1º §] Molto tempo e robba si consuma nelli banchetti (...)”.

 

1ª Parte, cap. XV «Degli accasamenti», p. 90.

[fim do capítulo] “(...) Cosi sono gl’Infanti chiamati Que Cum, Chu Hui, Heupe, Chei, Hei.

 

Cap. XVI «Delli funerali e sepolture», p. 90.

[Início do 1º §] “Quantunche i Cinesi in molte cose, di quelle che toceano alla vita (...)”.

 

Embora não tivessemos esgotada toda esta temática, entendemos que era importante considerar alguns exemplos, ainda que aleatórios, demonstrativos de uma certa singularidade em cada uma das edições. Se considerarmos, no contexto geral da obra, a maior pertinência textual, poderiamos sugerir, a título pessoal, que a forma de estruturação discursiva da edição italiana permite uma melhor organização temática da obra. Por outro lado, o facto de a edição castelhana conter mais ápartes discursivos de cariz valorativo e omitir segmentos significativos de informação sobre os costumes chineses, poderá indicar que se intentava alcançar públicos diferentes. Este ponto de vista não deixa de ser, por enquanto, uma mera especulação.

 

Após a publicação das duas edições a Relação de Semedo alarga o seu percurso Europeu, mas tendo, sobretudo, como hipotexto a publicação italiana de 1643; uma tradução francesa surge, em 1645, com o título de: Histoire Universelle du Grand Royaume de la Chine e cujo rosto refere: “Composée en italien par le P. Alvarez Semedo, Portuguais, de la Compagnie de Jésus. Et traduite par Louis Coulon, P. Divisée en deux parties. À Paris, chez Sebastien Cramoisy et Gabriel Cramoisy, 1645”25.

 

Em 1667 é feita, ainda em língua francesa, uma nova edição da obra com o título: Histoire Universelle de La Chine, em cuja folha de rosto consta: «Par le P. Alvarez Semedo, Portugais. Avec l’Histoire de la Guerre des Tartares, Contenant les Revolutions arrivées en ce Grand Royaume, depuis quarante ans: Par le P. Martin Martini. Traduites nouvellement en François. A Lyon, chez Hierosme Prost [...] MDCLXVII»26. No atinente à tradução francesa, consultamos a edição de 166727, e verificamos, que esta é uma tradução feita a partir da primeira edição italiana, contudo, contém uma terceira parte sobre a guerra dos Tártaros, da autoria do padre Martin Martini. A obra denomina-se, conforme a folha de rosto: «Histoire Universelle de la Chine // Divisée en trois Parties// Histoire Universelle de la Chine, par le P. Alvarez Semedo, Portuguais // avec l’ Histoire de la Guerre des Tartares, contenant les revolutions arrivées en ce grand Royaume, depuis quarant ans: Par le P. Martin Martini // Traduits nouvellement en Français // A Lyon // Chez Hierosme Prost, Rüe Merceciere, au Vase D’or // M.D.CLXVII//». A Dedicatória é do impressor, Hierosme Prost, e tem como destinatário, Monsieur Jaques Gayot, conselheiro do Rei. Esta edição não tem o proémio, nem índice final, tendo, contudo, o índice geral e uma pequena nota aos leitores, na quarta página. De um modo geral, pareceu-nos estar, esta tradução, conforme a edição que lhe serviu de base, mantendo na primeira parte, os trinta e um capítulos correspondentes à descrição do Estado Temporal da China e, na segunda parte, os treze capítulos que referem os percursos de evangelização naquele império.

 

Também se conhece uma versão em língua inglesa da obra do Jesuíta, publicada em Londres, em 1655, onde aparece na folha de rosto: «The History of that Great and Renowned Monarchy of China. Lately written in italian by Alvarez Semedo, a Portuguese. Now put into English by a Person of quality (...) to satisfy the curious, and advance the trade of Great Britain».

 

De outros percursos dão-nos conta as várias edições ou reimpressões que continuam a surgir na Europa: a versão italiana da obra de Semedo teve uma reimpressão em Roma, em 165328, e outra em Bolonha em 1678. A tradução castelhana teve no mesmo ano uma segunda impressão29 e foi reimpressa, em 1731, pela Officina Herreriana em Lisboa30.

 

Durante quase um século a divulgação e a recepção da Relação foi uma realidade31, tendo em conta as notícias de várias edições e reimpressões e, por isso, provavelmente tenha servido de fonte a posteriores obras sobre o Império do Meio, nomeadamente no que concerne à obra de António Gouveia, dada à estampa em 1644, e à do Padre Gabriel de Magalhães de 1668, cumprindo simultaneamente algumas das finalidades que consubstanciaram e motivaram a sua feitura:

- Dar a conhecer o trabalho de missionação que a Companhia de Jesus estava a desenvolver no Oriente, informação pertinente se tivermos em conta a pressão que as outras ordens religiosas mantinham no Vaticano para retirar aos Jesuitas a evangelização da Ásia;

- Dar o testemunho real das terras chinesas, repor algumas verdades, completar outras e confirmar a veracidades do que poderia ser tido como fantasia; neste sentido é o seu conhecimento da realidade, a sua vivência de vinte e dois anos na China, a sua fonte preferencial, aquela que o autor referencia explicitamente como substância do narrado.

 

 

* Artigo adaptado de parte de um capítulo da dissertação de mestrado da autora, com o título «Da Relação da Grande Monarquia da China».

  1. O padre Manuel Teixeira refere a possível existência do manuscrito da primeira edição italiana na Wason Collection da Universidade de Cornell, USA. Contudo esta informação carece de confirmação; Manuel Teixeira (1996) - A Igreja em Cantão e Macau; Macau, ICM; p. 184.
  2. Segundo Agostin e Aloys de Backer, o título original da obra de Semedo seria Relação da Propaganda da Fé no Reyno da China e Outros Adjacentes. Agostin e Aloys de Backer, Bibliothéque de la Companhie de Jésus, Tomo VII, Col. 1114.
  3. Nomeado Procurador das Missões da China em 1636, Semedo sai de Macau em 1637 rumando a Goa, onde permanece algum tempo, chegando a Lisboa em 1640. Em 1642 estava em Roma e em 1644 retoma o caminho do Extremo Oriente.
  4. Álvaro Semedo (1643) - Relatione della Grande Monarchia della Cina; p. 75. Os apontamentos biográficos das várias fontes consultadas que nos referem a sua chegada a Portugal no ano de 1640, e que Semedo teria passado por Madrid em 1642. Contudo alguns autores indicam outras datas, cf. Horácio Araújo in António Gouveia - Asia Extrema (edição, Introdução e Notas), pp. 63-54.
  5. No Prólogo da edição em castelhano, de 1642, Faria e Sousa faz-nos um retrato de Álvaro Semedo: “(...) es sugeto verdaderamente apostolico, lheno de Espiritu para aqellas Santas occupaciones: aqui le vi con el cuerpo, que el alma allá la tenia en ellas: de rostro venerable; casi todo cano; y de sinceridad singular: y finalmente en todo benemerito dee ser Hijo de la Compañia de Jesus (...)”, p. 8.
  6. “(...) a qual, segundo alguns autores [Paul Pelliot, p.e.], fora previamente revista pelo próprio Semedo (...)” in: Horácio P. Araújo, op. cit., p. 159.
  7. Cf. Pe Manuel Teixeira, S. J., op. cit.
  8. Mas também a sua língua de criação, dado que Semedo nasce cinco anos após a subida ao trono de Filipe I. Talvez, para o seu caso, se possa parafrasear Lúcio de Azevedo (1953), quando a propósito de um coevo deste jesuíta, o padre António Vieira, também ele jesuíta, referiu “(...) nesse tempo ainda o sentimento português não tinha despertado (...) Nascera súbdito de rei estranho, e não lhe repugnava achar-se tal (...)”. História de António Vieira, vol. I, Clássica Editora, p. 36. Contudo, também se pode dar o caso de o padre português ter realmente escrito em italiano o seu manuscrito.
  9. Segundo Mungello: “Semedo wrote such a report in 1640 in Portuguese intitled ‘Relaçao de propagaçao de fé regno da China e outros adjacentes’. He apparently handed the manuscript over to a printer while passing through Lisbon and Madrid in 1642 and the work was published in Portuguese in Madrid in 1641 (...)”. “It was translated into Spanish , then rearranged and given an historical style by Manuel de Faria i Sousa and republished under the title Imperio de la China (...)”. “It was in this form that the text was translated and published in Italian (...)”: In: David E. Mungello (1989) - Curious Land; Honolulu, Univ. Hawaii Press, p. 75.
  10. Edição castelhana.
  11. Edição italiana.
  12. Este parágrafo continua com o texto do último parágrafo da tradução italiana.
  13. Em Castelhano, os seis primeiros capítulos da segunda parte têm correspondência com os capítulos IV, V, VI, VII, VIII e IX da versão italiana: «Parte - II - Que contiene lo tocante a la Gente de la China, i de sus Costumbres, i Govierno; Cap. I - De las Personas de los Chinas i de su ingenio, i de algunas inclinacion; Cap. II - De su modo de vestir; Cap. III - De la lenga i Letras; Cap. IIII - Del modo de Estudiar, escrivir, i admitir a examen; Cap. V - Como se hazen los examenes, i dàn los Grados; Cap. VI - Del Grado de Doctor.»; (Em italiano) «Cap. IV - Delle persone Cinesi, della loro naturalezza, ingegno e inclinatione; Cap. V - Del modo di vestire; Cap. VI - Della Lingua e Lettere; Cap. VII - Del modo di studiare Scrivere e ammettere, all’ esame; Cap. VIII - Come si faccia L’esame e si conferiscano li gradi; Cap. IX - Del Grado di Dottore.»
  14. Para não tornar muito exaustivo o texto consideraríamos apenas os números dos capítulos na Relação castelhana e os correspondentes na italiana; assim, o cap. XV (cast.) contém os caps. XXIII e XXIV; o cap. XVI (cast.) contém os cap.XXV, XXVI e XXVII (ital.).
  15. Na tradução italiana «Tavola delle cose piu Notabilis»; na castelhana: «Tabla de los mas notable contenido en esta Historia de la China».
  16. Optamos por referir só os exemplos que consideramos de maior pertinência informativa, pois de outra forma correríamos o risco de quase transcrever as duas obras.
  17. Nas páginas 16 e 17 deste capítulo.
  18. “Racontò il P. Alberto Miceschi, il quale ui dimorò sechianno (...)”; op cit., p. 16.
  19. Não faremos a transcrição completa dos parágrafos da edição italiana para não alongar demasiado o texto.
  20. Esta parte do texto, que está entre parênteses no original, não se encontra na edição italiana. [sublinhado nosso].
  21. Edição espanhola, p. 135. [sublinhado nosso] omissa na edição italiana.
  22. Esta última parte do texto é omissa na edição espanhola. [sublinhado nosso].
  23. Edição italiana, p. 107.
  24. Este texto, originalmente em chinês, foi vertido para italiano por Semedo, segundo o próprio. Cf. Edição italiana, p. 108.
  25. Segundo Louis Pfister, SJ, “Le P. De Semedo à composée (...) Relatio de Magna Monarchia Sinarum ou Histoire Universelle de la China, in-4º, Paris 1645. Elle avait été composée en Portuguais. Voici le titre de l’edition Portuguese: Relação da Propagação da Fé no Regno da China e outros Adjacentes, in-4º, Madrid, 1641Manuel de Faria y Sousa a revu cet ouvrage, l’a disposé dans un outre ordre, et l’a publié sous le titre de: Imperio de La China i Cultura Evangélica en él por los Religiosos de la compañia de Jesus, in-4º, Madrid, Jean Sanchez 1642. Cette Histoire a eu plusieurs éditions et diverses traductions. (...)”. Notices biographiques et bibliographiques sur les jésuites de l’ancienne mission de Chine 1512-1773. Nendeln, Kraus – Thomson org. 1971, 2º vol, reimpressão da edição de Chang-Hai, 1932; p. 41.
  26. Esta Edição serviu também como referência ao presente trabalho; encontra-se na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, com a cota [UCBG V.T. -8-2-5].
  27. Editada em Lyon.
  28. Existe na Biblioteca da Ajuda um exemplar desta reimpressão titulado: Historica Relatione del Regno della Cina, Roma, 1653.
  29. Existe um exemplar desta reimpressão na Biblioteca da Ajuda, com a seguinte folha de rosto: «Imperio de la China i Cultura evangelica en él por los Religios de la Compañia de Jesus Compuesto por el padre Alvaro Semmedo, Procurador General de la propia Compañia de la China embiado desde allà a Roma el año de 1640. Publicado por Manuel de Faria i Sousa. Cavallero de la Ordem de Christo i de la Casa Real. Ofrecido a D. Marcelino de Faria i Guzman, del Consejo de su Magestad, i su Alcalde de Corte de la Real Audiencia de Sevilla, i Visitador general de las minas de España. Segunda Impression. impresso por Juan Sanchez en Madrid. Año de 1642 [...]».
  30. Encontra-se um exemplar na Biblioteca Nacional: Imperio de la China y Cultura Evangelica en Él [...]. Lisboa Occidental, Officina Herreriana 1731. Com a seguinte folha de rosto: «Imperio de la China// y Cultura Evangélica En El,// Por los Religiosos de la Compañia de JESUS,// Sacado de las noticias del Padre Alvaro Semmedo de la propia Compañia,// Por// MANOEL DE FARIA Y SOUSA,// Cavallero de la Orden de Christo, y de la Casa Real,// DEDICADO // a la Magestad Augusta DelRey // D. JUAN V.//Nuestro Senor. // Lisboa Occidental // En la Officina Herreriana. // M. DCCC.XXXL.// Con las lisencias necessarias.»
  31. Segundo Inocêncio Francisco da Silva: “Foi tão bem aceite esta relação, que todas as nações da Europa se apressaram a transportá-la para os seus idiomas; o que prova pelas traduções que d’ella se fizeram, a saber: Em italiano, com o título: Relazione della grande monarchia della Cina, Roma, 1643, adornada com o retrato do auctor, e reimpressa ibi, 1653; Em Francês, com o título: Histoire Universelle du Grand Royaume de la Chine, composée en italien par le P. Alvares Semmedo, et traduit en notre langue par L. Coulon, Paris, 1645, reimpressa em Lyon, 1667; Em inglez: History of the grande and renowed monarchy of China, London, 1665, fol. illustrada com mappas e retrato do auctor, da qual Barbosa declara ter tido um exemplar, reimpressa ibi, 1665, (...)”. [o título está conforme o texto]. Diccionario Bibliographico Portuguez, Lisboa, ICNM, 1973 [25 Volumes]; Tomo I, p. 50.

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