Julianna de Souza Cardoso Bonfim
Bolsista pelo Instituto Internacional de Macau/Real Gabinete Português de Leitura
Doutoranda pela UERJ
A emigração de chineses para as Américas, no século XIX, ocorria tanto pelo deslocamento autônomo de indivíduos quanto por ações dos governos locais que os receberiam. No Brasil, entre a vinda experimental de chineses para o cultivo de chá, durante o governo de D. João, e a efetivação da imigração, o assunto suscitou debates tanto no governo quanto na imprensa, que, em grande parte, entendia esse trâmite como um novo modelo de escravidão. Principalmente a partir da década de 1850, o assunto tomava as pautas brasileiras, e os fazendeiros das áreas cafeeiras começavam a se convencer da inevitabilidade da abolição após as diversas ações da Inglaterra em prol da erradicação do tráfico negreiro.
Esse fato, juntamente com o temor da miscigenação entre brasileiros e orientais – assim como a diferença cultural entre esses povos – constituiu-se uma polêmica nos jornais da época. São reconhecidas as opiniões de literatos brasileiros e portugueses que trataram do tema, sobretudo a partir da década de 1870, como Visconde de Taunay, Eça de Queirós, Joaquim Nabuco e Machado de Assis1.
O viés interdisciplinar do tema da emigração chinesa lança luz sobre um importante aspecto das relações históricas entre Brasil e China, tanto pela questão político-econômica quanto pela cultural, destacando-se o papel de Macau como ponto de partida dessa questão, já que as transações para a vinda dos trabalhadores chineses passavam pelo porto macaense, conforme se verifica em trecho do Diario do Rio de Janeiro:
A emigração chinesa feita pelo porto de Macau continua a dar motivo a cenas horríveis, demasiadamente repetidas... A última catástrofe de que em Lisboa há noticia, é a do navio D. Juan saído de Macau a 4 de Maio com um carregamento de mais de 650 emigrantes chins, chuchaes, coolies, ou escravos brancos, que por todos esses nomes vão ali conhecidos estes emigrantes livres, os quais lançaram fogo à embarcação, sendo vítimas quase todos do seu desespero.2
Apesar de a emigração de trabalhadores da China ser legalizada e entendida como de trabalhadores livres, as condições a que esses colonos – chamados à época de coolies – estavam sujeitos lembravam o tráfico de escravos negros, prática comum à época, porém em vias de extinção. Além disso, alguns deles eram forçados a emigrarem contra a vontade, outros enganados por falsas promessas, e havia enorme preconceito da sociedade branca em relação aos asiáticos.
A partir das palavras dos colaboradores do Diario, foi possível recompor os discursos da época a respeito dessas questões que atravessam aquele momento histórico, com base em verdadeiros testemunhos sobre sociedade e cultura no Rio de Janeiro encontrados nesse material3.
O periódico
Planta da Península de Macau, cerca de 1890.
O Diario do Rio de Janeiro é um periódico carioca, com circulação entre 1821 e 1878. Foi fundado pelo português Zeferino Vito de Meireles que, no primeiro momento, foi também seu redator. Foi o primeiro jornal informativo do país, pioneiro também na frequência diária de sua tiragem e na publicação de anúncios de toda a sorte. Entretanto o jornal se mantinha longe de questões mais espinhosas: segundo Nelson Werneck Sodré, “a folha era deliberadamente omissa nas questões políticas”4. Em relação à escolha do periódico, além de o Diario do Rio de Janeiro ter sido um dos mais impor- tantes jornais brasileiros, tendo, como já dito, começado a circular ainda em 1821, foi um dos que maior relevância deu à questão da emigração chinesa, debatendo o tema, sobretudo a partir da década de 1850, trazendo as opiniões diversas sobre essa problemática, as quais, como analisaremos adiante, alteraram-se pouco com o passar dos anos.
Aquestão migratória tomava espaço no periódico tanto quando se tratava de chineses vindo para o Brasil quanto da ida de trabalhadores da China para outros países. No levantamento prévio realizado durante nossa pesquisa, identificou-se que o assunto é pauta do Diario do Rio de Janeiro desde pelo menos a edição de 8 de junho de 1852, em que se comenta a notícia de uma leva de oito mil chineses para Cuba: “Não há dúvida que esta experiência pode dar em todos os sentidos muito importantes resultados”5, em que se nota certa expectativa de que os colonos chineses sejam uma alternativa para quando ocorresse a abolição da escravatura. Além das notícias do exterior em geral, apesar de se tratar um jornal brasileiro, fundado no Rio de Janeiro, o Diario trazia constantemente informações sobre o que se passava em Portugal, indício evidente de que seu público-alvo incluía a colônia portuguesa no Rio de Janeiro.
Ao longo de suas quatro páginas em tamanho grande, como a maioria dos jornais atuais, o Diario do Rio de Janeiro tratava de grande sorte de assuntos, como o movimento das marés, o preço de alguns produtos de consumo, anúncios dos mais diversos comércios (incluindo espetáculos e reclames de escravos fugidos), notícias criminais, sem abandonar o tradicional folhetim ao pé de página e, o que mais nos interessa a princípio: a seção Exterior, que concentra grande parte das referências à emigração chinesa para o Brasil e, na década de 1870, uma seção dedicada aos discursos na Câmara dos deputados.
Além da seção Exterior, é possível encontrar o tema da emigração em outras seções, como Agricultura, Variedades e Publicações a pedido. Na década de 1850 houve, inclusive, uma seção especial com o nome de Notícias de Macau, o que mais uma vez sublinha a importância desta província portuguesa para o Brasil. Ao contrário do que se pensou inicialmente na pesquisa, essa seção pouco ou nada dá conta da emigração, preocupando-se exclusivamente em dar notícias de conflitos ocorridos em Macau a essa época.
A situação dos macaenses
Figura 1 – Diário do Rio de Janeiro, 6 abr. 1857, p. 3.
A década de 1840 foi uma época de grandes mudanças e insatisfações em Macau. A inclusão de Macau como um província ultramarina de Portugal trouxe alterações pouco satisfatórias aos nativos. Não bastasse a perda de poder de seu porto, com a ascensão do porto de Hong Kong – então colônia britânica –, Macau foi declarado por Portugal um porto franco, teve seus impostos reduzidos e a abolição de sua alfândega. Acrescenta-se a isso a morte do governador João Ferreira do Amaral, em 1849, pelos chineses. É possível imaginar a crise que ali se instalava.
A seção Notícias de Macau, portanto, aparece em alguns momentos, sobretudo os de crise, na década de 1850, dando notícias da situação nessa localidade, principalmente no tocante à resistência dos macaenses em aceitar o governo imposto por Portugal.
Em várias seções do Diario do Rio de Janeiro, expunham-se as relações de trabalho dos chineses, não só em Portugal como nas Américas, crimes cometidos devido a hostilidades ocorridas envolvendo os chineses, bem como toda a sorte de notícias que dava conta desses trabalhadores. Havia, inclusive, na seção de anúncios, alguns que davam conta de fugas (v. figura 1) que em nada se diferem dos que procuravam escravos negros fugidos, também comuns na mesma seção do periódico, o que corrobora a ideia de que os coolies eram, apesar de tratados de “trabalhadores”, na verdade, escravos, conforme analisaremos adiante neste trabalho.
Com o fim do tráfico negreiro cada vez mais iminente, o Brasil pensava em novas fontes de mão de obra. Os chineses foram os primeiros trabalhadores estrangeiros trazidos para trabalhar na agricultura, ainda no início do século XIX. Uma colônia de chineses, ou chins, como o jornal por vezes chama, veio de Macau para o Rio de Janeiro com intervenção do Governo Real Português, nas primeiras décadas desse século, com o objetivo de cultivar chá em terras brasileiras.
Como havia crises internas ocorrendo em Macau, alguns chineses viam na emigração uma oportunidade de melhoria de vida, já que em sua terra natal chegavam a passar fome. Entretanto o cenário que encontravam ao chegar no Brasil era bastante diferente de uma terra prometida: tratados como escravos – provavelmente única relação de trabalho conhecida pelos donos de fazenda brasileiros – os colonos não aceitaram as condições e houve fugas e mortes.
Os asiáticos eram comparados aos negros no que tange aos estereótipos raciais e, da mesma forma, por suas diferenças em relação aos ocidentais, sofreram preconceitos, sendo também acusados de preguiçosos e propensos aos vícios e crimes. Assim como os escravos negros, os chamados coolies6recebiam nomes portugueses, sendo obrigados, logo de partida, a abandonar sua identidade nacional.
Havia uma tentativa de encarar a vinda dos chineses como uma migração espontânea, usando termos como “colonos”7 ou “trabalhadores para a lavoura”8, mas, em alguns (não raros) momentos, fala-se em “importação”9 e em “fuga” (v. figura 1). Ora, importação é um termo empregado para mercadorias e, se o trabalhador é livre, por que encarar sua desistência como fuga? Percebe-se, então, que o discurso não se sustenta. Como prova da afirmação de equiparação dos chineses com os escravos africanos, podemos citar um anúncio do Diario do Rio de Janeiro, destacando a grande circulação deste – ou seja, nada havia de fora do comum em “caçar” coolies, dando recompensas por isso (v. figura 1).
Há muitas notícias também de prisões de chins, assim como de escravos negros. Em geral, essas prisões ocorriam por “desordem” ou “ferimentos”, chegando a haver, inclusive, o emprego do termo “escravos” para se referir aos chineses, assumindo-se que, na verdade, eles de fato não eram trabalhadores livres como se queria fazer parecer. Uma dessas citações com o emprego de “escravo”, referindo-se a trabalhadores chineses, encontra-se na edição de 29 de maio de 1862, seção Estatísticas da corte – fixa no jornal –, que trazia diariamente uma lista com as prisões ocorridas por aqueles dias: “Foram presos à ordem das respectivas autoridades no dia 27 do corrente, (...) dous chins, Vicente e Rosa, escravos, por desordem” (grifo nosso)10.
Ainda que houvesse esse grande e notório preconceito contra os asiáticos, em alguns momentos, o jornal trazia informações sobre a cultura chinesa, com algum reconhecimento da sabedoria oriental, como em artigos sobre a produção da seda, sobre a alimentação ou o próprio cultivo de chás e até o modo como educavam suas crianças.
Consideremos um trecho que trata da frenologia11chinesa, segundo o Diario, diferente da praticada na Europa: “Os chins têm a sua frenologia particular, porque não fazem do crânio o objeto das suas investigações; julgam pelo desenvolvimento maior ou menor de qualquer parte do corpo humano. Assim, para eles as orelhas grandes são sinal de larga vida. Uma frente ampla manifesta uma vida satisfeita e o mesmo indica uma barriga avultada (...)”12. Antes da análise do periódico proposto, vale ressaltar, também, que outros periódicos da época abordaram a temática da imigração chinesa, como a Revista Illustrada, que trazia, inclusive, em uma de suas capas, uma imagem que representava a opinião daquela publicação a respeito da imigração chinesa. Abaixo do desenho de duas cabeças (a de um negro e a de um chinês), acima das quais se encontra um fazendeiro branco, como se as estivesse montando: “Preto e amarelo. É possível que haja quem entenda que a nossa lavoura só pode ser sustentada por essas duas raças tão feias! Mau gosto!” (v. figura 2).
Figura 2 – Revista Illustrada, jul. 1881, Rio de Janeiro, p. 1.
A Revista passa a tratar desse assunto já no fim da polêmica, na década de 1880, já quando o Diario do Rio de Janeiro não estava mais em circulação (lembremos de que sua última edição saiu em 1878). Mantendo-se sempre contrária ao trabalho chinês, a revista cobre inclusive, protestos contra a imigração. A Revista Illustrada publica, em 1880, na seção Bibliografia, notícia do livro de Salvador de Mendonça13, que estudou o trabalho dos chins nos Estados Unidos. Segundo a Revista, o autor defende a colonização chinesa como “a única salvação do país”, mas considera os chineses como “uma raça fraca, sem independência, física e moralmente anêmica”. Salvador de Mendonça, por sua vez, recomenda a colonização chinesa, porém chama os chins de “suspeitosos, desleais, mentirosos e “dados ao latrocínio”14. Essa visão dos asiáticos assemelha-se em tudo à que a sociedade tinha dos escravos negros, baseada no mesmo preconceito: a diferença de cor da pele. Vale destacar que os mesmos que bradavam contra a vinda dos chineses eram totalmente favoráveis à colonização europeia: italianos, alemães e holandeses, com sua pele clara, cabelos loiros e olhos azuis eram muitíssimo bem-vindos, ou seja, o problema não estava no fato de o governo acabar com a escravidão, ou na qualidade do trabalho na lavoura ou em adotar mão de obra estrangeira. A questão era a procedência desse estrangeiro, mormente a cor de sua pele, mas era o que se podia fazer, já que as condições do país não eram favoráveis para atrair a colonização europeia, conforme assevera Seyfert:
A inquietude com a situação do país expressa a dificuldade de atrair a imigração espontânea de europeus e, principalmente, a falta de mobilização do poder público para a questão indígena e algumas posições favoráveis à vinda dos coolies, claramente influenciadas pela presunção da inferioridade dos asiáticos, incluídos no mesmo tipo racial dos índios. Insinua-se, aí, a imagem negativa de um aumento da população a ser civilizada à maneira ocidental-cristã, tornando a serventia futura dos chineses uma dissimulação apensa à maior regularidade de entrada de gente da Europa15.
Figura 3 – “Grande protesto contra a colonização chinesa, como
perturbadora da paz doméstica dos galinheiros desta Corte
e subúrbios”. Revista llustrada, ago. 1879, Rio de Janeiro p. 1.
Houve, no Rio de Janeiro, já no fim da década de 1879, quando o Diario não mais estava em circulação, protestos contra o processo de colonização dos chins. Esses foram registrados pela Revista Illustrada, que sempre se mostrou contrária à causa (v. figura 3).
Na mesma edição supracitada, em página dupla no meio da Revista, uma série de desenhos critica o emprego dos chineses da lavoura, representada pela figura de uma jovem triste, cercada por um escravo negro e um coolie. Na legenda da imagem, é possível ler: “Pobre lavoura! Já não bastava o preto, vais ter o amarelo! Com o auxílio de duas raças tão inteligentes, ela há-de progredir de um modo espantoso!” (v. figura 4).
A legenda irônica representa bem o estilo da Revista, que costumava trazer ilustrações irreverentes sobre os temas em voga.
Para a elaboração deste ensaio, após identificar os textos referentes à emigração chinesa publicados no Diario do Rio de Janeiro, 50 artigos, tomamos por base para nossa discussão aqueles que representavam mais claramente os pontos da polêmica em relação à temática da imigração chinesa. Chegamos, desse modo, a um total de 25 textos do Diario para um estudo mais minucioso. Por meio desses, intencionamos compor um panorama geral do tratamento da emigração chinesa no Brasil no século XIX, sob a perspectiva do periódico eleito.
A imigração dos coolies: uma questão controversa
Figura 4 – Revista llustrada, ago. 1879, Rio de Janeiro p. 4.
A ideia da imigração chinesa, de início, desagradou bastante à sociedade e aos políticos brasileiros. Imbuídos de preconceitos de raça, sonhavam com uma imigração europeia, mas, ao mesmo tempo, admitiam que o país não estivesse pronto para receber aquele povo, que consideravam muito civilizado e, portanto, exigente em relação às condições de trabalho, à locomoção (não havia ainda muitas estradas) e aos valores – já que nada se pagava aos escravos negros.
É interessante notar que, na década de 1850, não havia ainda a ocorrência do termo coolie no Diario do Rio de Janeiro; os colonos chineses eram referidos sempre como chins. Havia, à época, grande resistência da sociedade em relação à emigração desses trabalhadores para o Brasil, mas a opinião do jornal, de modo geral, era favorável à contribuição de mão de obra chinesa. O jornal, que já acompanhava a experiência da emigração para outros países – sobretudo Cuba e Estados Unidos – já entendia o trabalho dos chineses na lavoura como boa alternativa em falta da mão de obra escrava negra.
Influenciados pelas potências do mundo oitocentista, é interessante notar que o jornal apresentava uma forte preocupação com a repercussão da emigração nos outros países, como meio de conferir a eficácia do trabalho do colono chinês nestes. Notícias davam conta dos chineses em Cuba, nos Estados Unidos...
A edição de 08 de junho de 1862 traz uma tradução de artigo do jornal inglês, chamando de Constitucional pelo Diario, com notícias de Havana, que diz:
Em consequência do bom resultado que têm dado os trabalhadores chins, vindos há três ou quatro anos, efetuou-se um contrato por uma casa inglesa desta cidade para a importação de 8.000 chins. Já se acham todos contratados para a sua chegada, ao preço de 125 pesos: vêm justos para trabalharem por 5 anos, recebendo o jornal de 7 pesos fortes por mês. Se este ensaio provar bem, como aconteceu com o primeiro, será sem dúvida repetido16.
Já em 1867, o Diario noticiava o endurecimento das leis antiescravistas em vigor nos Estados Unidos, para combater a exploração de mão de obra, iniciativa que certamente amedrontava mais os fazendeiros brasileiros, que já esperavam o fim do trabalho escravo:
Os Chins nos Estados Unidos – Por circular da repartição de fazenda, em Washington, ordenouse aos inspetores das alfândegas, no Atlântico e no Pacífico, que tratem de averiguar todos os casos de violação das leis relativamente no tráfico de coolies (chins) e deem imediatamente conta à referida repartição, notificando ao mesmo tempo o juiz mais próximo do distrito acerca de tal violação.
Terá por origem este aumento de vigilância os projetos dos puritanos de New England para introduzir coolies no serviço de suas fábricas, que protegidas pelas tarifas quase proibitivas que estão em vigor nas alfândegas, não querem todavia pagar os salários que pede a gente branca que nelas trabalha, e procuram no trabalho desses coolies o aumento dos dividendos, como no tempo da guerra procuraram remédio contra a conscrição importando alemães?17
Entrando enfim na década de 1860, encontramos um relatório de Teófilo Ottoni, que demonstra satisfação com sua experiência de alguns anos no emprego de chineses em sua empreitada no Vale do Mucuri, em Minas Gerais, contrariando o que afirmava o senso comum da época. Apesar de um discurso ainda carregado de preconceitos, Ottoni demonstrava preocupação em pagar pelo trabalho e em dar – sobretudo se considerados os padrões da época – um mínimo de dignidade aos colonos:
Contratei o serviço de cerca de 100 chins há três para quatro anos. Foi uma excelente aquisição, de que tenho tirado vantagem. O segredo que dá este resultado é simples, – pontualidade no pagamento do salário estipulado e exatidão no fornecimento dos víveres, na forma de contrato18.
Avenida Central do Rio de Janeiro, no início do século XX.
São da década de 1860, quando o Diario do Rio de Janeiro ainda mantinha sua linha avessa à política, a maioria dos textos instrucionais, a respeito do cultivo de chá, café, algodão e outros produtos da lavoura, que tinham os chins como seus (potenciais) cultivadores. Cabe aqui destacar, pelo teor desses textos, como era incipiente o conhecimento a respeito desses gêneros de plantio. Por vezes, aparecia a seção Agricultura, com informações bastante detalhadas e descritivas.
Em trecho de uma edição de 1861, na seção Agricultura, é possível ler uma descrição minuciosa das condições de trabalho dos coolies no transporte de chá depois de já negociado pelo mercador, relatando todo o processo e o modo como era tratada a mercadoria ainda na China:
Cada ano, por ocasião de fazer as competentes compras, os mercadores de chá vão às pequenas cidades dos países produtores; compram os produtos obtidos pelos rendeiros ou sacerdotes cultivadores, porque os templos chineses são muitas vezes os centros do comércio de explorações agrícolas. A máxima parte das herdades são de medíocre extensão para produzir um lote, ou, empregando a locução chinesa, um chop, representando 600 caixas de cada sorte. É pois necessário que o mercador se dirija a um certo número de produtores. Realizadas as compras, tratam de esvaziar as caixas e combinar as sortes diversas, a fim de obter certas qualidades distintas de chá, reunindo os produtos que oferecem entre si maiores analogias. Muitas vezes o mercador alterava os produtos com o fim, às vezes, de ajuntar às folhas dessecadas substâncias colorantes ou cristalinas. Para isso dispõe o mercador de uma oficina completa; ele é, pois, ao mesmo tempo, debaixo de certo ponto de vista, negociante e preparador de chá.
Cada chop formado desta mistura recebe um nome, designando a qualidade e por consequência o valor comparativo do chá que contém. As caixas são então metidas em coolies e transportadoras assim às costas de homens, através de vales até os rios, que comunicam com as cidades onde os espera o comércio europeu. Cada coolie só pode levar uma caixa quando a qualidade é superior. Essa caixa acha ponto de apoio nos ombros, com o auxílio de duas camas de bambu que tornam o transporte fácil. Em caso nenhum essa caixa vai ao chão e quando há necessidade de parar nas hospedarias da estrada, fica ela suspensa pelo coolie ao longo de uma parede ainda com a ajuda dos bambus que servem para fazer carregar19.
Na mesma seção Agricultura, no dia seguinte, o Diario traz um verdadeiro tratado sobre os cuidados com a higiene na preparação do chá, tecendo elogios à forma chinesa de fazê-lo: “Como exemplo da feliz influência alimentar do chá[,] é ainda a China que se oferece na primeira linha, da mesma maneira que nos ensina os melhores métodos de preparação e cultura”20.
F. A. de Varnaghen, enviado aos países vizinhos ao Brasil, a fim de avaliar os proventos da emigração chinesa, escreve, em carta publicada no Diario do Rio de Janeiro, ao Ministro das obras públicas, recomendações, reconhecendo que o emprego do trabalho chinês é efetivamente uma boa opção, mormente em vista da falta da mão de obra que acometia certos locais:
Pouco a pouco (...) me abalava a lembrança de que em Lima escasseariam demasiado os criados (...) e ao entrar na ilha de Cuba, em vários engenhos, e ao ver tantos [chins] trabalhando ativamente não só no campo, como ainda melhor na casa das caldeiras, etc., tinha momentos de chegar a desejar, à custa de quaisquer sacrifícios, ver as cidades e os engenhos do Brasil povoados de tais entes de raça malaio-mongólica21.
Já em 1868, na seção Exterior, o correspondente do Porto, em Portugal, dava conta de que
a questão da emigração dos coolies, pela colônia de Macau, não oferece já aos mandarins a antiga repugnância, em face dos regulamentos ultimamente adotados, e que regem a saída daquela gente do seu país para procurar trabalho no estrangeiro, por meio de contratos de locação22
e prossegue, informando que medidas já são tomadas em caso de coolies enganados com falsas promessas, pois “os emigrados iludidos pelos especuladores são restituídos aos seus lares pelo superintendente da emigração dos colonos”23.
Em 1869, em artigo chamado “Trabalhadores para a lavoura”, na seção Colaboração, louva-se o trabalho chim como única salvação possível para o problema da falta de mão de obra, antecipando, inclusive, que os filhos dos chineses consolidados no Brasil seriam de muito proveito futuramente para o plantio de algodão. O correspondente do Jornal do Comércio em Nova Iorque defende a mão de obra chim, mais barata que a usual, argumentando que “na Califórnia, o europeu americano ganhava de quatro a cinco dollars em ouro por dia, pelo mesmo trabalho executado pelo chim, com igual perfeição, por um a dois dollars”24. Mais uma vez destacamos a importância da influência estrangeira nesses trâmites emigratórios. O papel dos correspondentes foi de grande relevo para a formação das opiniões internas, que, como podemos observar, começa a ser ainda mais favorável.
Na década de 1870, sobretudo do meio para o fim, é reforçada a postura positiva do jornal em relação à adoção do trabalho chinês na lavoura. A pressão para a abolição da escravatura aumentava e, na mesma medida, aumentava a pressa em substituir os escravos negros nas plantações.
O subtítulo do Diario do Rio de Janeiro na década de 1870 – “Folha política, literária e comercial” – nega, então, que essa folha seja isenta de política. Das três décadas em análise, esta é, indubitavelmente, aquela em que o jornal se debruça mais sobre os aspectos políticos. O periódico passa a ter inclusive, uma seção dedicada a Câmara dos Deputados, com transcrição de discursos. “Literária e Comercial” justifica a prevalência dos assuntos comerciais e de produção nas páginas do jornal, cuja preocupação com a questão chinesa era marcadamente voltada para esses aspectos, sobretudo em relação aos processos de comercialização e produção do chá.
Em 1870, na seção de Publicações a pedido, um leitor discorre longamente sobre a necessidade de empregar mão de obra chinesa no Brasil, apesar de seu descontentamento a respeito do assunto, chamando os coolies de “classe mais inferior da China” e, ao contrário do que defendem os correspondentes nos países servidos pelos colonos chineses, afirma que eles “para nada prestaram nos países onde os especuladores os têm trazido”25. Esse tipo de colocação apenas reforça a ideia de que não havia argumentos racionais que se sustentassem contra a imigração, mas argumentos baseados no racismo e na xenofobia.
Em artigo do mesmo mês de janeiro do ano de 1870, extraído do The Brazil and River Plate Mail publicado na seção Imprensa Europeia do Diario do Rio de Janeiro, lamenta-se a postura do Ministro da Agricultura, o Visconde de Cavalcanti, que, dias antes, declarou-se contrário à emigração chinesa:
Lastimamos ter sabido que (...) o ministro da agricultura do Império do Brasil declarou-se em oposição à emigração, se esta não fosse espontânea, considerando que as somas de dinheiro despendidas, todas as vezes que foi preciso para a promover tinham sido gastas inutilmente. (...)
Pelo contrário, deveríamos ter suposto que o primeiro dever do governo era por todos os meio animar e favorecer a emigração26.
O texto segue, com o que é quase uma provocação: “A extinção da escravatura nos Estados do Sul da União Americana não pode deixar de ser um bom conselho para o Brasil, e mostra o quão precário é persistir no sistema de trabalho forçado”27.
Com a libertação dos escravos negros cada vez mais iminente – pensando-se já na Lei do Ventre Livre, que seria promulgada no mesmo ano – começam a surgir preocupações com o destino de escravos negros libertos e chineses, classes novas que passariam a fazer parte daquela sociedade. Na transcrição de uma sessão da câmara, um homem identificado como “Sr. Pompeia” pergunta ao ministro da marinha se
ele pretende aproveitar-se desses asiáticos para contratá-los para a esquadra; e então lembraria a S. Ex. que, em vez de contratar asiáticos, principalmente os coolies que, como S. Ex. sabe, pertencem à classe ínfima dos chins (...), em vês de chamar essa gente que tão maus resultados deram entre nós, antes aplicasse estes prêmios e gratificações em alforriar escravos, engajado-os para a marinha, com o que conseguir-se-iam duas vantagens: primeiramente adiantava o empenho em que o governo está na obra de libertação, e em segundo lugar, chamava para o serviço, e dava destino a esses libertos, que, na minha opinião, são superiores aos chins, além de dar serviço a essa nova classe que se vai aumentar no país28.
Na seção denominada Emancipação, da edição de 7 de agosto de 1871, Cristiano Benedito Ottoni traz as notícias vindas do oriente, que davam conta de que um navio com mais de 650 emigrantes chineses saídos de Macau foi incendiado, ao que o texto segue dizendo que “os escravos amarelos (grifo do original) que escaparem, virão desenvolver medonhamente a corrupção dos costumes, a abastardar a raça”29. Cristiano Ottoni acusa ainda as autoridades de pretenderem substituir escravos negros por escravos amarelos e afirma:
É com efeito a imposição de uma vontade esta tristíssima tentativa de introduzir no Brasil a raça abastardada dos chineses. É uma teima do poder, de fato absoluto, que entre nós amesquinha as inteligências, estraga os caracteres, e dispõe de tudo e de todos. É um ato de despotismo vandálico (grifos do original)30.
Em 1873, com a Lei do Ventre Livre já em vigor e, portanto, com a escravidão em vias de terminar de fato, nas Publicações a pedido trazem um artigo, com assinatura “Um agricultor”, apresentando muitos cálculos financeiros e opiniões favoráveis ao trabalho dos chineses. A essa altura, o discurso favorável ganha ainda mais força:
esses colonos têm apresentado grande aptidão à lavoura nas colônias inglesas, francesas, espanholas e nos Estados Unidos da América do Norte. Têm a vantagem de contratar os seus serviços por alguns anos, de alimentar-se de gêneros de produção do país ou em geral de fácil aquisição, de não exigir salários muito elevados, nem grande conforto em suas habitações.
Figura 5 – Revista Illustrada, n. 650. Outubro, 1892, p. 1.
Parece que com tais condições seriam os auxiliares mais idôneos para a nossa lavoura.
Há, porém, prevenção contra a sua introdução; e embora a lavoura não deva consultar senão o seu interesse, uma vez que não ofenda as leis do seu país, deve todavia estar acautelada contra este preconceito31.
Em seu último ano de publicação, 1878, o Diario publica, sob o título “Trabalhadores para a lavoura”, na seção Agricultura, um artigo (não assinado) em que se assume a importação de orientais como única solução para cobrir a falta de escravos negros: “A importação de trabalhadores asiáticos (grifo nosso) é alvitre suscitado pela necessidade incontrastável, que para satisfazer-se não depara outro remédio. Não é dado escolher. Não há ensejo para apurar a preferência”32.
Destacamos o tratamento dado aos imigrantes chineses: agora, nem chins, nem coolies, mas trabalhadores asiáticos. Essa mudança de nomenclatura talvez se justifique pela assunção da verdadeira dependência dos grandes agricultores em relação aos chineses e, em decorrência disso, algum respeito tenha começado a surgir.
No Diario do Rio de Janeiro, a questão para em 1878, já que o jornal deixa de ser publicado nesse ano, mas a polêmica continuou em pauta no Brasil, perdurando por mais alguns anos na imprensa, conforme se verifica pela imagem estampada na capa da Revista Illustrada de 1892, em que se pode ler a seguinte legenda: “Estamos aqui, estamos gozando todas as delícias da imigração chinesa. Quem diria! ” (v. figura 5). Ainda que predomine a ironia, o que evidencia certa insatisfação, nota-se que até os periódicos que se opunham veementemente à emigração chinesa – como a própria Revista, – por fim, mesmo que a contragosto, tiveram de admiti-la, para o bem da lavoura brasileira.
O Diario do Rio de Janeiro, durante as três décadas analisadas, manteve uma postura por vezes contraditória, porém, em sua maioria, favorável à emigração chinesa tanto para o Brasil quanto para outros países na América, baseada, muitas vezes, nos relatos da experiência nesses países vizinhos.
Ressaltamos, assim, a importância do trabalho com os periódicos em estudo interdisciplinar, recompondo a história sob perspectiva de quem a vivenciava no calor dos fatos, o que tem importância inegável na reconstituição de uma época. Destacamos, também, a importância de trabalhar com fontes primárias, aproveitando o vasto acervo do Real Gabinete Português de Leitura, nossa fonte de estudos e de pesquisa, conforme assevera Eduardo da Cruz:
A hemeroteca do Real Gabinete tem sido, cada vez mais, alvo de interesse dos pesquisadores. Longe dos antigos pressupostos de que a imprensa apresentava a ‘verdade’ sobre um fato, ou de que era mero registro fugaz de ideias ou faits divers, importantes historiadores, sobretudo da Nova História, passaram a se ocupar dos jornais e revistas de uma época como portadores de visões distintas sobre um mesmo acontecimento, além de analisá-los como veículos que intervinham nos processos e episódios de seu tempo33.
A emigração chinesa para as Américas foi, portanto, questão fundamental no debate sobre desenvolvimento da agricultura brasileira no século XIX, formado o impasse do fim da escravidão africana. Com a pressão externa para a abolição da escravatura, era necessário pensar em medidas alternativas que mitigassem os prejuízos e ocupassem a lacuna de mão de obra que seria deixada pelos escravos negros.
Sem bases fundamentadas na razão, os opositores dessa causa agiam movidos pelo preconceito e nada mais. O Diario, do modo como foi possível, foi mediador desse debate, levantando outras questões – como as publicações sobre cultura chinesa – bem como os depoimentos do resultado da experiência da emigração em países vizinhos, como forma de comprovar que os chineses eram, de fato, uma alternativa de mão de obra para a lavoura. Ainda assim, essa polêmica se arrastou por mais algumas décadas (pelo menos até a de 1890, conforme demonstramos pela Revista Illustrada).
Destacamos, por fim, que a função de um jornal de grande influência, como foi o Diario do Rio de Janeiro no século XIX, é, mais do que transmitir informações, ser formador de opinião, suscitar e alimentar debates, trazendo diversos pontos de vista. Apesar de se pretender, de início, não político, o papel a que se prestou o Diario foi certamente de grande relevância para a formação do pensamento da sociedade oitocentista a respeito da questão da imigração chinesa no Brasil.
Bibliografia
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Cruz, Eduardo da. “A Hemeroteca Oitocentista do Real Gabinete Português de Leitura”. in: (org.). No giro do mundo: os periódicos do Real Gabinete Português de Leitura no século XIX. Rio de Janeiro: Real Gabinete Português de Leitura, 2014.
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Diario do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1850-1878.
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Lima, Fernando. Macau: as duas transições. Macau: Fundação Macau, 1999.
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Mendonça, Salvador de. Trabalhadores Asiaticos. Nova Iorque: Typographia Novo Mundo, 1879.
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Oliva, Osmar Pereira. “Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Eça de Queirós e a Imigração Chinesa – qual medo?”. In: Revista da Anpoll. Vol. 2. N.24. 2008.
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Seyferth, Giralda. Colonização, imigração e a questão racial no Brasil. REVISTA USP. n.53. São Paulo: USP, 2002. Sodré, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
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OLIVA, Osmar Pereira. “Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Eça de Queirós e a Imigração Chinesa – qual medo?”. In: Revista da Anpoll. Vol. 2. N. 24. 2008.
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Diario do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 07 ago. 1871, p. 3. Itálicos do original.
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Informamos que, em casos de citação direta, optou-se pela modernização do português empregado no século XIX, quando a modernização não gere alteração fonética. Mantiveram-se as grafias de nomes próprios, para facilitar consultas posteriores em bancos de dados. Alertamos de antemão que muitas das seções não trazem indicação de autoria, a qual será feita, sempre que houver.
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SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1998, p. 50.
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Diario do Rio de Janeiro, 8 de junho de 1852, Rio de Janeiro, p. 1.
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A palavra coolie, utilizada para designar esses trabalhadores chineses, atualmente é um termo pejorativo, posto que empregado nesse contexto tão preconceituoso do século XIX.
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“Entrou ontem de Singapura, com 81 dias de viagem, a barca americana Eliza Ann, trazendo a seu bordo 303 colonos chins” (grifo nosso).
Diario do Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1855, Rio de Janeiro p. 3. -
“Trabalhadores para a lavoura” foi o nome dado a um artigo publicado na edição de 24 de maio de 1878 do Diario do Rio de Janeiro, p. 3.
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“Em consequência do bom resultado que têm dado os trabalhadores chins, vindos há três ou quatro anos, efetuou-se um contrato por uma casa inglesa desta cidade para a importação de 8.000 chins” (grifo nosso). Diario do Rio de Janeiro, 08 de junho de 1862, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 29 mai. 1862, p. 3.
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Teoria científica, muito popular no século XIX, que pretendia determinar características da personalidade e propensão ao crime pela forma e tamanho da cabeça.
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Diario do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 09 jan. 1867, p. 2.
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MENDONÇA, Salvador de. Trabalhadores Asiaticos. Nova Iorque: Typographia Novo Mundo, 1879. A obra em questão, segundo a Revista Illustrada, foi encomendada por Thomaz Coelho, então ministro da agricultura, para estudar a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre nos EUA.
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Revista Illustrada, mar. 1880, n. 199, Rio de Janeiro, p. 3.
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SEYFERTH, 2002, p.124.
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Diario do Rio de Janeiro, 08 de junho de 1862, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 01 de novembro de 1867, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 26 de maio de 1860, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 1861, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 1861, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 07 de setembro de 1863, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1868, Rio de Janeiro, p. 1.
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Ibidem.
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Diario do Rio de Janeiro, 27 de setembro de 1869, Rio de Janeiro, p. 1.
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Diario do Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1870, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1870, Rio de Janeiro, p. 2.
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Ibidem.
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Diario do Rio de Janeiro, 29 de julho de 1871, Rio de Janeiro, p. 1.
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Diario do Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1871, Rio de Janeiro, p. 3.
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Ibidem. É curioso notar que Cristiano Ottoni, irmão de Teófilo Ottoni, posiciona-se tão ferrenhamente contra a imigração chinesa, enquanto seu irmão defendia-a, como vimos em artigo de 1860 (v. nota 17).
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Diario do Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1873, Rio de Janeiro, p. 2.
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Diario do Rio de Janeiro, 24 de maio de 1878, Rio de Janeiro, p. 3.
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CRUZ, 2014, p. 7.